domingo, 22 de novembro de 2009

Entrevista com parteira

Entrevistada:Astrogilda de Oliveira Soares
Nasceu em Bom Jesus de Itaboana-Espírito Santo em 18/11/1928.
Viveu em Bracuí-Angra dos Reis-Rio de Janeiro até os 64 anos.
Tem hoje 82 anos-Vive em Santo Antônio do Descoberto-Goiás.
Parteira
Uma questão de Saúde
Uma questão Cultural
Uma questão de Amor
01-O que a levou a ser parteira e a partir de que idade?
Desde que nasci minha mãe era parteira,mas até os 30 anos eu não tinha participado de nenhum.Minha mãe após um parto,não me lembro qual,me disse que um dia eu seria parteira,mas eu não acreditava,por sentir muito medo, e achava muita responsabilidade de ter a vida de duas pessoas nas minhas mãos.Quando fiz 66 anos,morando em Santo Antônio do Descoberto, após pedir ajuda a Nossa Senhora do Bom Parto,fiz o meu primeiro parto.
02-Como foi o seu primeiro parto?
Antes de começar senti um pouco de medo,fiquei muito nervosa,mas com a ajuda de Deus e Nossa Senhora deu tudo certo.
03-Nessa época, havia médico ou hospital na região?
Havia hospital que só atendia ambulatório durante o dia com apenas um médico que morava na cidade e que atendia as pessoas do local e das regiões distantes.Então ele nem sempre estava lá no hospital.Éramos só eu,Deus e a parturiente.Fiz parto de pés,de cabeça, de bracinho,mas nenhuma mãezinha teve hemorragia ou qualquer complicação.
04-O que de mais importante a senhora aprendeu em sua vida de parteira?
O amor à vida; eu amei cada uma das criancinhas que eu ajudeia a vir ao mundo,a criança quando nasce tem um cheiro de flor de laranjeira e não há nada que eu goste mais do que flor e crianças.Eu aprendi sendo parteira, a ter mais amor no coração.Eu não desejo nada do mundo,só amor para todas as crianças.